Exposição ‘Toda casa tem que ter carinho’ fica até 3 de maio em Clínica da Família no Rio

A mãe fica enfurecida porque a filha foi chamada atenção na escola, e acaba perdendo o controle. Como agir nessa hora? Quem estava à espera de atendimento na Clínica da Família Alkindar Soares Pereira Filho, em Pedra de Guaratiba (RJ), se surpreendeu com a esquete que os adolescentes mobilizadores e orientadores da Rede Não Bata, Eduque prepararam para o lançamento da exposição “Toda casa tem que ter carinho”. A mostra fica em exibição até dia 3 de maio e espera receber mais de dois mil visitantes no período.

A cena, que contou com a participação da agente comunitária de saúde Débora Vieira, em determinado momento parava e os jovens abriram para o público decidir como se encerraria. Olhares tímidos, mas curiosos e algumas palavras mostravam que a reflexão começava a despertar por ali.

Segundo a enfermeira responsável técnica Camila Freitas, a Clínica atende 24 mil pessoas e costuma receber casos de violência doméstica contra crianças e pais pedindo ajuda. “A exposição contribui para mostrar uma nova visão para o usuário da clínica sobre educação, para além da saúde. Uma educação respeitosa, sem violência”, opinou.

A psicóloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) de Pedra de Guaratiba, que dá consultas na Clínica, Ida Marcia Santangelo, destaca o alto índice de violência no território e a importância da sensibilização de funcionários contra os castigos físicos e humilhantes.

“A exposição precisa ser vista pelos profissionais como um dispositivo que pode ser usado na prevenção, mas também pode ’acordar’ o profissional para a realidade da violência. Dessa forma ambos, profissionais e população, serão despertados para a naturalização com que a violência doméstica vem sendo abordada. A partir da fala tão tocante das crianças podemos desconstruir essa naturalização, mostrando as consequências disso”, reiterou.

Além da intervenção cênica, portando cartazes informativos e distribuindo camisetas e panfletos, Rebeca, Luís, Tiago, João, Ana Izabel e Rosária abriram, naquela manhã, mais um importante canal de mobilização pela educação sem violência. A exposição é resultado do Concurso Cultural “Não Bata, Eduque” realizado em 2015 com crianças e adolescentes brasileiros, que respondiam à pergunta “Bater e humilhar não é legal. Como posso mudar isso?” por meio de desenhos, vídeos e fotografias.

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