Jovens mobilizadores ministram oficina sobre direito à participação

Quando se fala em eventos que visam o conhecimento, educação e a troca de experiência, como cursos, formações etc, é comum pensar em adultos trocando com adultos. Ou o adulto em uma condição de que sabe mais em relação aos mais novos. 

A Rede Não Bata, Eduque decidiu inverter essa ordem durante uma tarde inteira de aprendizado e diversão. Ao lado das rotineiras rodas de diálogo, a formação, realizada em setembro com profissionais do Promundo-Brasil, foi mais um exemplo de ação para a Rede trabalhar uma de suas principais linhas de atuação: a participação infantojuvenil.

Entre os tópicos abordados, elaborados pelos próprios adolescentes mobilizadores e jovens orientadores, estiveram “participação x protagonismo”, “leis que garantem a participação”, “olhar(es) sobre a criança e adolescente”, “as pedras no caminho da participação” e “maneiras de estimular a participação”.

Rebeca Cassiano, 14 anos, ministrou, junto com os colegas, uma aula sobre os marcos legais da participação infantojuvenil ao longo do tempo. “Quis mostrar que quando estamos lutando pelo nosso direito de participar não é uma coisa aleatória, e que, sim, tem uma longa história de muitas lutas e ‘papeladas’”, explicou.

Segundo a moça, os profissionais, que lidam com crianças e adolescentes nos respectivos projetos dentro da organização, ficaram surpresos com a aula. “De primeira eles ficaram impressionados, até porque eu sou bem nova para saber falar de leis e resoluções tão complexas”, afirmou.

Pedras no caminho

Impressionante também foi o jogo “As pedras no caminho da participação”, sob o comando de Israel Fernandes, 15 anos. Inspirado na famosa amarelinha, o jogo desafia os participantes a solucionar problemas que impedem a participação de crianças e adolescentes. Cada pedra fictícia continha uma afirmação que representava um obstáculo para se alcançar o final do jogo, o “céu”, como “isso é coisa de adulto”, “vamos fazer uma palestra”, “eles nunca se interessam”, entre outras.

Haviam pedras menores e maiores, simbolizando o grau de dificuldade de transposição da barreira ao longo do percurso. Quando era muito grande, o participante chamava alguém para ajudar a pular, refletindo junto a questão ali apresentada. Além disso, na hora de passar de fase, os outros participantes é que escolhiam como seria feita essa passagem. Poderia ser de costas, dançando, cantando… Ia da criatividade de cada um. 

Segundo Israel, tudo tinha um propósito: “fazer todo mundo interagir e ‘rolar’ a participação”. 

Agora produtor oficial de jogos da Rede Não Bata, Eduque, Israel saiu da atividade feliz e satisfeito, apesar da demora para a finalização do jogo. “Eles demoraram a alcançar o ‘céu’, ainda mais porque uma pessoa [da dupla] pensava uma coisa e outra, pensava em outra, na maioria das vezes. Não chegavam a um consenso para avançar e eu abria para a participação da plateia. A ideia era todo mundo participar mesmo”, contou.

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