Sou Pai/Mãe/Cuidador(a)

Sou Pai/Mãe/Cuidador(a)

A educação dos filhos não é tarefa fácil. O relacionamento entre pais e filhos é cercado de expectativas, que se não realizadas podem gerar frustrações e muitas vezes desentendimentos. Por que essa dificuldade? As razões podem ser várias. Por um lado nem sempre temos condições para dar a nossos filhos o necessário para um crescimento saudável e às vezes esperamos que eles sejam iguais a nós, ou ainda, que eles sejam aquilo que gostaríamos de ter sido e não fomos.

Para isso não é raro que os pais, acreditando ser a melhor forma de educar os filhos, usem da rigidez e da prática de castigos físicos ou humilhantes. Essas posturas raramente resolvem o problema, e pior, podem gerar consequências negativas ao desenvolvimento da criança. A justificativa de muitos pais para os castigos físicos é que o diálogo não funciona mais. Por diversos motivos isso pode acontecer, mas geralmente acontece por falta de consistência na aplicação de estratégias positivas de educação.

Um caminho para isso é a educação baseada no respeito, em estratégias positivas de educação e de promoção da participação infantil na família. No entanto, o aprendizado dos métodos positivos de educação não é rápido e a sua incorporação por toda a família é tanto mais demorada quanto mais tempo tiver sido usado o castigo físico como medida disciplinar. Para que um novo padrão de relacionamento baseado no diálogo e na participação da criança dentro da família seja estabelecido é preciso ter paciência e persistência.

Impor limites com a participação da criança no processo educativo e disciplinar, dialogando, negociando consensos, é um processo demorado e muito mais trabalhoso do que um tapa ou chinelada. No entanto tem efeitos positivos e sustentáveis no longo prazo. E o que é mais importante, demonstra o respeito que a criança merece como ser humano, igual a cada um de nós!

Efeitos do castigo

Os castigos físicos e humilhantes têm efeitos distintos nas crianças, já que têm relação direta com as experiências vividas por cada uma delas, além da configuração familiar. Mas uma consequência direta do uso do castigo físico é o aprendizado de que a violência é uma maneira plausível e aceitável de se solucionar conflitos e diferenças, principalmente quando você está em uma posição de vantagem frente ao outro, principalmente física (como no caso do adulto frente à criança).

Este aprendizado é transmitido para outras relações da criança – por exemplo, um irmão mais novo ou na escola. Outra consequência comum é a criança apresentar um perfil retraído e introvertido, com baixa autoestima, gerando insegurança, medo, timidez, passividade e submissão.

Não é raro que a violência física ou psicológica acabe acontecendo em um rompante de raiva, e não por metodologia – esses momentos precisam ser evitados. Caso isso aconteça, os pais podem conversar com os filhos com sinceridade, explicando que perderam o controle, que se arrependem e que isso não irá mais acontecer. Este tipo de atitude é um ótimo exemplo de humildade e de respeito com o outro. Ao sentar para conversar com os filhos, os pais darão o exemplo de que pedir desculpas não é algo do qual a criança deva se envergonhar e de que errar é humano, que nem sempre eles, pais, irão acertar em tudo, embora desejem o melhor para os filhos. Esse tipo de postura também é assimilado pela criança.

Como estratégia de educação positiva, os pais podem ouvir a criança e, assim, procurarem juntos estabelecer as “regras” de convivência familiar. Por exemplo, marcar os horários para acordar, fazer as tarefas da escola, as tarefas domésticas, ver televisão, jogar videogame, ir ao parquinho, etc.

Dicas de educação

O que fazer quando os conflitos familiares se convertem numa constante e explodem por qualquer motivo? Como assumir e expressar raiva, medo, frustração ou tristeza, sem ter a impressão de colocar em risco o amor e a confiança? Como formar e educar as crianças sem castigo físico?