Continuidade ‘De Jovem pra Jovem’: meninas aplicam rodas de diálogo em escolas de Codó, no Maranhão

Erisvânia, Maria Clara, Valéria e Késia são quatro garotas que carregam duas características comuns valiosas para a Rede Não Bata, Eduque: força de vontade e compromisso com o direito de meninas e meninos a crescer sem violência.

Elas participaram da replicação das rodas de diálogo em junho deste ano, no âmbito do projeto “De Jovem pra Jovem”, em parceria com a Fundação Angelica Goulart e Plan International Brasil. Moradoras de Codó, no Maranhão, as moças deram continuidade às atividades e, ao longo dos últimos seis meses, percorreram quatro escolas, onde aplicaram oito rodas de conversa para um total de 300 alunos.

Crianças e adolescentes das escolas Luzenir Matta Roma, Lucia Bayma, Pequeno Polegar e Convento entraram em contato com a metodologia da Rede Não Bata, Eduque e surpreenderam as jovens.

Késia conta que se emocionou quando viu que os alunos se sentiam à vontade para falar sobre algum trauma. ”Quando ouço uma     criança falar que vai educar seu filho com amor e diálogo pra mim, já ganhei meu dia”, completou lembrando também da etapa preferida na roda – quando lançam a pergunta problematizadora “o que é violência?”.

Mas como em todo processo de sensibilização, as meninas também encontraram resistência. Em uma roda, diziam que criança deve apanhar e ser castigada para aprender, segundo palavras de Kesia. Elas também enfrentaram aquela bagunça típica que crianças geralmente fazem quando se juntam. Para contornar, usaram teatro e brincadeiras para atrair a atenção e promover a participação delas.

Agora, se preparam para expandir o público. Em breve, iniciarão rodas com os pais, a pedido dos próprios. “Uma diretora falou que queria que realizássemos uma roda com os pais, porque eles mesmos estavam pedindo. Isso é sinal de que as crianças comentaram sobre a atividade”, contou. O fato deixa o grupo feliz, mostrando que a mensagem, além de recebida, é repassada a outras pessoas e, principalmente, aos pais.

As quatro jovens fazem parte de ações de empoderamento feminino na adolescência promovidas pela Plan International Brasil em Codó, município que registra os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Maranhão e alta taxa de mortalidade infantil. Codó está a 292 quilômetros da capital São Luís e é o quinto município mais populoso do estado, com mais de 120 mil habitantes, de acordo com o IBGE.

 

 

Email
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Últimas postagens