Palmadas em crianças afetam negativamente o desenvolvimento do cérebro, segundo estudo

As consequências das palmadas podem ser piores do que imaginam. No dia 12 de abril, a página “The Harvard Gazette” publicou os resultados de uma pesquisa que demonstra as consequências das palmadas no cérebro das crianças. Concluiu-se que as respostas neurais dessas crianças correspondem a de crianças que sofrem abusos graves. 

A pesquisa foi apoiada pelo National Institute Of Mental Health e publicada por Manisha Aggarwal-Schifellite, escritora da equipe de Harvard. O grupo de pesquisadores analisou os estudos feitos com crianças de três a 11 anos, e separaram as crianças que são castigadas com palmadas das crianças que sofreram outras violências mais graves. “Muitas pessoas não pensam em espancar como uma forma de violência”, disse Katie A. McLaughlin, diretora do Stress & Development, órgão que participou do estudo. Segundo os autores, o castigo corporal está fortemente ligado ao desenvolvimento de problemas de saúde mental, entre eles: ansiedade, depressão e problemas comportamentais. Dados recentes também evidenciam a postura dos responsáveis pelas crianças: metade dos pais americanos relataram espancar seus filhos no ano passado, e alguns destes pais confessam ter espancado os filhos na semana anterior. 

A relação entre palmada e atividades cerebrais não havia sido estudada anteriormente, por isso foi realizado de forma cuidadosa. As crianças que participaram da pesquisa foram orientadas a deitar em uma máquina de ressonância magnética e, enquanto estavam deitadas, assistiam a uma tela de computador. Imagens de rostos com expressões diferentes foram mostradas, e um scanner registrou a atividade cerebral das crianças. As respostas das atividades neurais foram colocadas em comparação entre crianças que foram espancadas e as que não foram. “…Crianças que foram espancadas demonstram maior ativação em várias regiões do cérebro para os rostos de medo em relação a rostos neutros do que crianças que nunca foram espancadas. (..) Não havia diferença entre as crianças abusadas e as crianças espancadas”, relata a recente publicação de Harvard. 

A pesquisa foi considerada como um primeiro passo em busca dos efeitos potenciais das palmadas no desenvolvimento cerebral das crianças. No entanto, não há como aplicar os estudos na vida individual de cada criança, pois, segundo os pesquisadores, o castigo corporal pode afetar as crianças de maneiras diferentes. A principal mensagem da pesquisa, segundo Jorge Cuartas, (um dos pesquisadores) foi mostrar que o castigo corporal “é um risco que pode aumentar os problemas potenciais para o desenvolvimento das crianças” (frase de Cuartas para o The Harvard Gazette). “Temos esperança de que a descoberta possa encorajar as famílias a não usarem esta estratégia”. 

*Com informações de The Harvard Gazette

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