Participação Infantojuvenil em Santa Catarina

Crianças eram maioria na formação da RNBE. Fotos: Marcia Oliveira, Aniely Nazário e Gabriella Gabriel

Adolescentes e crianças reunidos com vontade de agir em conjunto com o poder público e organizações da sociedade civil pela proteção de violências. Uma dessas organizações é a Rede Não Bata, Eduque (RNBE), que esteve presente com esses jovens e meninos(as) entre os dias 27 e 28 de abril, no 4ª Seminário Nacional de Políticas Públicas para a Primeira Infância – Um Tributo a Zilda Arns, em Forquilhinha (SC).

A parceria nasceu na 3ª edição do evento, em março de 2016, quando a RNBE recebeu um convite para replicar a metodologia das rodas de conversa do projeto “De Jovem Pra Jovem” para os adolescentes dos Centros de Referência  de Assistência Social  (CRAS) de Forquilhinha e Siderópolis. O pedido virou realidade em agosto passado e gerou expectativa de ampliar o projeto para outras cidades de Santa Catarina, como Criciúma.

Quem ficou encarregado de contar os detalhes dessa história no encontro foi Tiago Araújo, 17 anos, adolescente liderança da Fundação Xuxa Meneghel e integrante do “De Jovem Pra Jovem“. “A volta foi importante para dar continuidade ao que começamos em agosto. O que eles precisam é apoio, porque têm capacidade e conteúdo adquiridos com a vivência deles”, ressaltou.

Tiago, Alisson e Luis Gustavo

Participante ativo do projeto em Forquilhinha, Alisson Borges, 17 anos, também compôs a mesa de discussão para compartilhar a experiência. “Eu era contra a ideia de que se podia educar sem bater porque apanhei muito dos meus pais. Mas depois da roda pensei: ‘não, eu vou mudar essa ideia a partir de hoje’. Abriu muitas portas para mim”, lembrou. O rapaz já aplica rodas de diálogo no CRAS do seu município e, de forma diferente do que aconteceu com ele, diz que encontra resistência do público.  “Mudar a opinião de uma pessoa que foi criada com violência na base da paz e da sabedoria, às vezes, é difícil”, completou.

Representatividade juvenil e masculina

Ao lado de Tiago e Alisson, Luis Gustavo Jesuína, 17 anos, também deu o recado explicando as atividades que os jovens de Forquilhinha desenvolveram até o momento. A presença dos rapazes na mesa chamou a atenção da coordenadora da RNBE, Marcia Oliveira: “Quem trabalha na área social sabe que a participação masculina é pouca. A mesa composta, em sua maioria, por homens foi um diferencial interessante e incentiva o engajamento dos novos e futuros pais”.

Além de participar da mesa, Tiago foi responsável por conduzir a formação sobre educação positiva voltada para um público formado, na maioria, por crianças.  O jovem voltou para o Rio de Janeiro com a mala “pesada”, acumulando experiências e aprendizados. “Espero que com a formação continuada, eles possam andar com as próprias pernas. O seminário foi muito bom, porque aprofundei meus conhecimentos sobre a área social e pude conhecer melhor a história de Zilda Arns”, afirmou.

Homenageada do evento todos os anos, Zilda Arns foi médica pediatra e fundadora da Pastoral da Criança, um dos principais organismos sociais de defesa dos direitos da criança no Brasil.  Faleceu em 2010, num terremoto no Haiti.

 

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