Famílias em cumprimento de medida por violação de direitos participam de oficinas sobre comunicação não violenta

“Aprendi a ouvir mais a criança e o adolescente”. “Eu vejo que vocês têm outra maneira de ver a vida, de lidar com as pessoas.” “Não tive a oportunidade de vocês, não fui à escola. Estou aprendendo muito, muito obrigada”. De mãos dadas, em círculo, com estas palavras os participantes encerravam a oficina “Convivendo em Harmonia”, da Rede Não Bata, Eduque (RNBE), no âmbito do projeto “Convivência Familiar – Medidas sob Medida”, na 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital do Estado do Rio de Janeiro (Viji-Capital).

Emocionada, a coordenadora da RNBE, Marcia Oliveira, respondeu a um dos comentários. “Eu aprendo muito com vocês. Acho que isso não depende de estudo. Estamos todos aprendendo”, opinou.

A coordenadora do projeto “Convivência Familiar – Medidas sob Medida” e terapeuta comunitária, Regina Celi Zandonadi, destacou a capacidade que cada um tem de mudar. “Acreditamos que todos nós temos o potencial de amar”, disse.

Contando com encontros semanais, sempre às quartas-feiras, o projeto é uma parceria com a Viji-Capital. Traz exemplos, experiências e informações sobre comunicação não violenta, direitos e deveres – de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – e formas alternativas de educar que priorizem o diálogo, com a intenção de estimular uma convivência pacífica e respeitosa nas famílias participantes. A turma é formada por pais e cuidadores que cumprem medida administrativa determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), devido a abandono, maus tratos ou outras violações de direitos infantojuvenis.

O coordenador do projeto e terapeuta familiar, Luís Ernesto Rios, afirma que esta parceria com a Viji já reuniu mais de mil pessoas, de variadas classes sociais, e cada grupo tem 13 encontros, alguns com a presença das crianças. “A questão da violência doméstica independe de classe. Temos aqui médicos, engenheiros… E nós não trabalhamos com a culpa. Pretendemos estimular a conscientização para mudança de atitude”, enfatizou.

“E principalmente facilitamos o entendimento de que a convivência familiar é um direito de toda criança e todo adolescente”, completou Regina Celi.

O projeto “Convivência Familiar – Medidas sob Medida” encerra as atividades com o grupo atual no final de maio.

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