26 de junho em Goiás: ampla mobilização na saúde e poder público municipal

O 26 de Junho – Dia Nacional pela Educação sem Violência ainda não terminou em Goiás. Os parceiros da Rede Não Bata, Eduque no estado, engajados por meio de uma articulação promovida pela psicóloga Cida Alves, estão mobilizados nos 16 Dias de Ativismo pelo Fim dos Castigos Físicos e Psicológicos contra Crianças e Adolescentes, que termina em 11 de julho.

A campanha entrou no calendário oficial de Goiás após a aprovação, em 2018, da lei que institui o 26 de junho como o Dia Estadual de Enfrentamento das Violências Físicas e Psicológicas contra Crianças e Adolescentes. O projeto de lei (PL) foi de iniciativa da deputada estadual Adriana Accorsi (PT).

A jornada começou com uma série de eventos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), onde ocorreu a Semana de Enfrentamento das Violências Físicas e Psicológicas contra Crianças e Adolescentes, de 25 a 28 de junho. Os parceiros panfletaram, conversaram com pais, cuidadores, estudantes e profissionais da área da saúde, fizeram vivências, esquetes e recitaram poemas relacionados ao tema, como “Menino de São José”, de Elisa Lucinda.

Durante as atividades, Cida Alves alertou aos profissionais que lidam com a prevenção de violências. “O grau de dependência dessas crianças é muito grande, portanto somos nós que temos que escutar, olhar e tomar medidas reais para protegê-las”, sinalizou.

A educadora parental Andressa Silvestre realizou atividades de sensibilização com o público no hospital e deixou uma mensagem gravada em vídeo para os seguidores da Rede.

 Assista:

No dia 26 de junho, houve um ato em memória do menino Bruno Diogo, assassinado pelo pai e pela madrasta aos dois anos, em 2017. Na manifestação, foram plantados ipês brancos por crianças, em alusão a uma infância livre de violências, pautada na escuta, diálogo e afeto.

Incidência política na Câmara

Além da área de saúde, a movimentação do grupo alcançou o poder público municipal de Goiânia. Após incidência política dos parceiros em audiência pública na Câmara Municipal, a vereadora Cristina Lopes (PSDB) irá apresentar um PL que institui o 26 de junho como o Dia Municipal de Enfrentamento das Violências contra Crianças e Adolescentes. 

Os eventos dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim dos Castigos Físicos e Psicológicos contra Crianças e Adolescentes em Goiás contaram com o apoio do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFG, com as Ligas de Pediatria e do Pronto Sorriso, o Setor de Programas Especiais do HC/UFG; Núcleo de Vigilâncias das Violências e Promoção da Saúde\Diretoria de Epidemiologia\Superintendência de Vigilância a Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de Goiânia; Rede de Atenção a Crianças, Adolescentes, Mulheres e Idosos em Situação de Violências de Goiânia; Conselho Regional de Psicologia – CRP 09; Conselho Tutelar de Goiânia; Gabinete da Deputada Estadual Adriana Accorsi; Gabinete da Vereadora Cristina Lopes; Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

Números da violência na cidade

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia registrou, em 2018, um total de 2.247 notificações de violência. Do total destas, 657 notificações correspondem à violência contra crianças e adolescentes no município de Goiânia. A violência física é a mais notificada depois da negligência contra crianças menores de 10 anos e na faixa etária de 10 a 19 anos (adolescentes).

Entre os autores dessa violência, em 2018, predominam familiares (pai, mãe, madrasta, padrasto, irmão), correspondendo a 38,6% das notificações. Quando se analisam “outros vínculos”, a grande maioria (71%) são também de familiares não especificados nas categorias da ficha de notificação, como avós, bisavós, tios e primos, totalizando aproximadamente 43,6% de intrafamiliares, seguido de desconhecidos, com 28,2%.      

Aproximadamente a metade (48,8%) dessas violências ocorreu na residência em todas as faixas etárias, exceto de 15 a 19 anos, onde a via pública foi a mais registrada. O meio mais registrado dentre as notificações de violência física em menores de 20 anos foi a força corporal/espancamento (com 33,7%), seguido pela arma de fogo com 23,6%.

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