A Fundação Xuxa Meneghel agora é Fundação Angelica Goulart

Angelica Moura Goulart tinha quinze anos de atuação como educadora e assistente social quando foi chamada para planejar e iniciar o trabalho da Fundação Assistencial Xuxa Meneghel, em 1988.

Quando a Fundação foi inaugurada, em outubro de 1989, sua atuação já incorporava os princípios da proteção integral à infância e adolescência – que floresceram do intenso movimento social que deu origem ao ECA (199) – e do escopo comunitário que essa proteção supõe.

Em menos de dez anos de existência, a FAXM, obteve não apenas o reconhecimento comunitário, mas tornou-se interlocutora e protagonista nas redes de assistência do Rio de Janeiro e do Brasil. A inovação e consistência do projeto da instituição fluíam a partir de uma direção mais atenta que visionária, pois Angelica não parava de estudar sobre os aspectos mais atuais de seu campo de interesse: fez o curso de desenvolvimento comunitário em Israel (1993); especializou-se em Direito Especial da Criança e do Adolescente (UERJ/2001), em Violência Intrafamiliar(USP/2002) e concluiu o mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais (FGV/2005) com uma monografia sobre Participação Infantil que tornou-se uma referência para o tema. Em 2009, Angelica recebeu da Câmara Municipal do Rio de Janeiro a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, em reconhecimento ao seu trabalho de vinte anos como diretora geral da Fundação.

Das redes locais e nacionais, a importância da Fundação chegou a níveis continentais e internacionais, especialmente pela campanha contra os castigos físicos e psicológicos contra crianças e adolescentes, que ela liderou e que acabaria levando à criação da Lei Menino Bernardo (2014). O reconhecimento por esse trabalho levou-a a assumir, em setembro de 2012, a Secretaria Nacional dos Direitos da Infância e da Adolescência, órgão da Presidência da República.

Ainda nos seus últimos meses de vida, entre sessões de quimioterapia, Angelica seguiu orientando o planejamento estratégico da Fundação à luz do aprendizado feito no governo federal. Ela apontava novos rumos e oportunidades, confiante no futuro.
Na manhã em que ela faleceu, Xuxa Meneghel escreveu “morreu hoje o coração da minha fundação”. No entanto, Angelica tornou-se um coração irrigado na vida de todos por quem ela passou nos 22 anos como diretora da Fundação: crianças, famílias, funcionários, parceiros, amigos e autoridades.

Quando o primeiro raio iluminar a placa “Fundação Angelica Goulart” o surpreendentemente óbvio se revelará: o pulso ainda pulsa.

Angelica foi uma grande parceira da Rede Não Bata, Eduque, de importância inestimável nesta caminhada contra os castigos físicos e humilhantes. Reforçando essa importância, a Fundação Angelica Goulart segue como secretaria executiva da Rede.

 

Email
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Últimas postagens