Ao simular a boa e velha “Amarelinha”, o jogo da Rede Não Bata, Eduque (RNBE) “Tá junto ou não tá?” atraía gente de todas as idades. Meninas, meninos, vovós, titios e mamães não se intimidaram. Jogaram o dado, andaram, voltaram casas e entraram na brincadeira, respondendo perguntas ligadas à educação dos filhos ou à própria forma como são/foram educados.
O mecânico Wilson Leite brincou junto com a filha Gabriele, de 10 anos, e se surpreendeu ao ouvir as respostas dela. “Fiquei espantado de ela falar que eu não brinco em casa. É que, para mim, aquilo é brincadeira mas para ela não. Foi bom para eu entender o que ela gosta e acha que é o brincar”, afirmou. Segundo o pai, o diálogo e a presença imperam na sua relação com a menina. “Sempre explico o porquê das regras, porquê não pode. Ser pai pra mim é gratificante, não tem ausência, estou sempre aqui”, completou.
A atividade fez parte do Dia Nacional da Construção Social, data celebrada no último sábado (18) em diversas cidades brasileiras, entre as quais o Rio de Janeiro. O evento carioca foi promovido pelo Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio).
O ‘futuro de nossos filhos’ é agora
Além do sucesso do jogo, os jovens mobilizadores conquistaram as pessoas com abordagens e muito papo. Uma conversa em especial, inusitada e puxada por crianças, comoveu a equipe. Daniel Fagundes, 9, passou pelo stand da Rede e ficou interessado no lema “Não Bata, Eduque” ao ler o cartaz. Abordou a articuladora Ana Paula Rodrigues e os jovens dizendo que gostaria de gravar uma entrevista sobre o assunto para o seu canal no Youtube. De repente, seus primos se juntaram a ele durante a entrevista – gravada pelo celular do menino -, e o papo virou uma verdadeira roda de diálogo.
“Eu achei tudo muito interessante. É uma coisa que eu queria divulgar no meu canal. Se a criança estiver ultrapassando ‘com força’ os limites, ‘po’, tenta conversar melhor com ele. Bater direto vai magoar o seu filho”, defendeu Daniel, que também participou do jogo “Tá junto ou não tá?”.
O primo do menino, Leandro Luís, 9, concordou e relatou uma situação incômoda para ele. “Eu peço para o meu pai: ‘deixa eu jogar um pouco’ [vídeo game], e ele diz ‘depois’ e nunca deixa. Só ele joga”, reclamou. Logo depois, emendou: “Tem que dividir o tempo. Uma horinha para o pai jogar, uma horinha para o filho”. Mas Leandro não é só reclamações. Ele adora o jeito flexível dos pais. “Eles deixam eu brincar direto”, disse.
O Dia Nacional da Construção Social é comemorado todos os anos pelo Seconci no dia 18 de agosto, e envolve trabalhadores da construção civil em atividades de conscientização e de lazer, oferecendo também serviços gratuitos relacionados à saúde e bem-estar. Nesta edição desenvolveu o tema “O Futuro dos Nossos Filhos” em parceria com organizações da sociedade civil, como a RNBE e o Promundo-Brasil, membro do grupo gestor da Rede.