Como continuidade do curso de extensão “Estilos parentais e a construção das relações pais-filhos e sociais pautadas no respeito e no diálogo”, a Rede Não Bata, Eduque (RNBE) formou mais uma turma, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) – Infância e Adolescência de São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
O público, dessa vez, ganhou um reforço. Além de profissionais da assistência social e da saúde, o curso teve a participação de famílias acolhedoras.
O consultor de relacionamento Demétrius Venceslau da Silva conheceu o Programa Família Acolhedora fazendo pesquisas relacionadas à criança, educação e trabalhos voluntários. Nessa pesquisa, acabou encontrando dados relacionados a crianças que sofrem maus tratos e, por consequência, sobre família acolhedora. “Não é um conteúdo ainda fácil de encontrar, ainda não está explícito”, observou. O convite para participar do curso de extensão da RNBE veio de trocas de informações dentro do Programa.
Intitulando-se “pai de primeira viagem”, Demétrius acolhe um bebê de um ano e três meses recém chegado a sua casa. “Nesse primeiro momento, é muito complexo a gente entender o que a criança está querendo passar na comunicação dela, como aprendeu com o primeiro pai e a primeira mãe, e como ela divide isso com a gente”, explicou. Mas, para Demétrius, algo maior existe para facilitar essa comunicação. “Eu costumo dizer que o carinho e o amor rompem essas barreiras. Então, aos poucos a gente está conseguindo”, afirmou.
A coordenadora do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo da SMDS, Carla Lentes, destaca a importância das discussões levantadas ao longo do curso para o entendimento das necessidades da criança, tanto para família acolhedora, quando para quem trabalha diretamente com pais, mães e cuidadores, como os orientadores dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) do município. “Eles vão ser os disseminadores do aprendizado que tiveram aqui nesses dois dias. Eu acho que vai contribuir muito para famílias que vivem em vulnerabilidade e famílias acolhedoras”, enfatizou Carla.
Dividida em grupos, a turma entrou na fase de replicar e experimentar as metodologias com os públicos que atendem. A Rede Não Bata, Eduque fará supervisões nos locais de trabalho dos participantes durante os próximos dois meses.
O Programa Família Acolhedora consiste em cadastrar e capacitar famílias da comunidade para receberem em suas casas, por um período determinado, crianças, adolescentes ou grupos de irmãos em situação de risco pessoal e social, dando-lhes acolhida, amparo, aceitação, amor e a possibilidade de convivência familiar e comunitária. A família de acolhimento representa a possibilidade de continuidade da convivência familiar em ambiente sadio para a criança ou adolescente.