Fases do desenvolvimento

A infância é uma idade muito importante para a formação de uma pessoa e se os responsáveis e professores conhecerem as características e necessidades das crianças em suas diferentes fases, fica mais fácil entender alguns comportamentos infantis, reforçar as atitudes positivas e dar limites quando necessário.

Tanto os fatores hereditários como os fatores ambientais têm um papel importante no desenvolvimento e comportamento das crianças. Um fator complementa o outro. A herança genética traz informações sobre algumas probabilidades, tendências e nosso aspecto físico: nossas características como seres humanos, tais como: ter duas orelhas, um nariz, um coração. Tudo isso faz parte da nossa carga genética. Algumas destas características vão surgindo ao longo das etapas de desenvolvimento, como por exemplo, os dentes. A linguagem que aprendemos depende, necessariamente, de nossas experiências culturais. Se a criança vai aprender russo, japonês, inglês ou português, isso dependerá do meio no qual ela se encontra.

Existem bebês que nascem muito parecidos, mas mesmo assim há diferenças entre eles. Com o passar do tempo vão surgindo mais diferenças: é só olhar para as crianças e ver que há magras, gordas, loiras, morenas, boas em música, em futebol, outras em matemática, umas mais tranquilas, outras não param quietas, algumas adoram cantar, jogar xadrez, outras precisam ficar com a luz acesa para dormir.

Muitos comportamentos que as crianças apresentam são frutos de sua interação com seus responsáveis, da forma como eles as educam e da forma com que se relaciona com sua comunidade (praça, play, igreja, creche, escola, clube, rua, etc).

Durante cada uma das etapas de desenvolvimento surgem dificuldades ou desafios para as crianças e para quem cuida delas. Por isso é tão importante saber as etapas do desenvolvimento da criança.

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Do nascimento aos 2 anos
Características Dicas
•  O bebê depende o tempo todo dos adultos.

•  O choro é uma das formas que ele tem de comunicar-se.

•  Bebês ouvem e são sensíveis à intensidade do som (sons muito altos podem deixar um bebê irritado).

•  Nessa fase, o contato físico é muito importante para o desenvolvimento do bebê. O colo dá segurança ao bebê.

•  Bebês gostam de objetos brilhantes, com contrastes, movimentos, com cores e que produzem sons (por isso eles gostam de chocalhos e molhos de chaves).

•  Aos 6 meses os bebês começam a imitar os sons da fala (de maneira imperfeita, é claro).

•  Com 8 meses eles estão aprendendo a coordenar e controlar seus movimentos. O rosto do adulto chama a atenção.

•  Ele ainda não consegue compartilhar seus brinquedos quando está brincando com outras crianças.

•  Quando o bebê chorar, tenha paciência e descubra porque ele está chorando. Veja se ele está com fome, sujo, se sente calor, frio ou dor. Às vezes ele chora só porque quer estar perto da mãe, do pai ou de outro cuidador.

•  Não deixe o bebê aos cuidados de  outra criança, mesmo que seja só por alguns instantes.

•  Fale muito com seu bebê, olho-no-olho! Eles adoram isso e começam a captar emoções.

•  Ao redor dos 8 meses eles mexem os braços para um lado, as pernas para o outro e puxam nosso cabelo. Eles estão se exercitando, treinando os movimentos e não têm intenção de machucar.

•  O bebê não entende direito o que você fala, mas percebe claramente quando um adulto fala afetivamente com ele.

•  Seja compreensivo(a)! Nessa idade eles não conseguem entender regras, nem princípios morais.

•  As crianças são naturalmente curiosas e aprendem explorando e manipulando coisas/objetos em seu ambiente. Elas necessitam de interação social e brincadeiras para aprender a linguagem, desenvolver a memória e aumentar seu tempo de atenção.

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Dos 2 aos 4 anos
Características Dicas
•  A criança começa a manifestar sua vontade e é extremamente curiosa.

•  Nessa fase, a exploração dos diferentes espaços e dos objetos é importante para o desenvolvimento do conhecimento da criança. Entretanto, é preciso que um adulto esteja sempre junto dela para evitar acidentes.

•  A criança precisa aprender o que pode e não pode fazer. Prepare-se para dizer “não” repetidas vezes.

•  O cérebro está completando sua formação (é interessante lembrar que quando nascemos o cérebro ainda não está completo).

•  Ela começa a aprender a controlar o xixi e coco, a pedir para ir ao banheiro e já pode começar o treino ao toalete, abandonando, aos poucos, as fraldas. A criança já entende várias coisas que se pede a ela, e pode se recusar a colaborar.

•  As crianças aprendem inicialmente por imitação dos adultos e de outras crianças em sua presença. Como elas desenvolvem a habilidade de recordar, gradualmente podem imitar ações e eventos que ocorreram no passado.

•  Nesta fase, as crianças necessitam de cuidadores que as ajudem a manejar seus sentimentos e emoções. Quando o clima emocional na casa é violento ou abusivo, as crianças têm sérias dificuldades para aprender a manejar suas emoções. Consequentemente elas podem sofrer problemas emocionais e psicológicos, tendo dificuldades em entender os sentimentos dos outros, sendo menos competentes do ponto de vista social.

•  Evite acidentes. Procure criar um ambiente seguro para as crianças brincarem. Tire do alcance qualquer objeto perigoso (medicamentos, produtos de limpeza, coisas que podem quebrar, podem ser engolidas, que cortem ou com pontas). Cubra as tomadas.

•  Também é preciso impedir que as crianças fiquem sozinhas em lugares tais como: banheiro molhado, perto do fogão, perto de janelas ou na porta da rua.

•  Se ela está na creche, procure conhecer bem o local e as professoras/profissionais e esteja presente nas atividades da escola e do seu filho. Mantenha esses cuidados durante toda a vida escolar.

•  Brinque bastante com seu filho, demonstre sentimentos e emoções em beijos, abraços e palavras. Toda criança precisa se sentir amada e segura.

•  É mais provável que crianças com um vínculo forte e seguro com seus cuidadores sejam socialmente competentes, populares, menos irritadas e agressivas com outras crianças. Elas crescem em equilíbrio, tornando-se seguras com uma rotina previsível e clara.

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Dos 4 aos 6 anos
Características Dicas
•  A criança é muito ativa; fala sozinha; inventa “amigos imaginários”; colabora com seus pais, professores e espera a aprovação deles.

•  Nessa fase ela está testando os limites do que pode e o que não pode fazer.

•  Costuma tocar os genitais e fazer perguntas sobre como nascem os bebês. Ela começa a querer buscar explicações do mundo – o porquê das coisas.

•  As crianças brincam junto com outras crianças.

•  É comum ver as crianças se definirem como sendo “feias” porque um dia quebraram um vaso da casa ou que são bonitas porque a mãe assim lhes disse. Suas conclusões são baseadas em situações bem específicas e com base no julgamento das outras pessoas.

•  Seus pensamentos e opiniões são ainda baseados em aspectos observáveis de objetos, pessoas e sobre suas primeiras experiências concretas.

•  Com 4 anos elas tentam resolver os conflitos, querem agradar seus amigos, são capazes de compartilhar coisas e aumentam sua capacidade de regulação de emoções, mas ainda necessitam de ajuda para expressar e controlar de forma apropriada seus sentimentos,  de acordo com cada contexto e situação.

•  Nesta fase o crescimento do cérebro é quase completo e elas começam a ver a relação entre causa e efeito, podendo pensar no que vem antes ou primeiro para antecipar as consequências de suas ações.

•  Explique sempre seus motivos quando disser não.

•  Aos 3 anos as explicações devem ser curtas. A criança não vai entender longas frases.

•  Eduque seu filho com brincadeiras. A interação com as pessoas e os objetos é o que lhe ajudará a conhecer o mundo, por isso é importante que os pais passem um tempo com seus filhos e lhes proporcionem brincadeiras e jogos.

•  Quando sair com ele leve algo para distraí-lo, como um brinquedo.

•  Responda às perguntas e aos questionamentos da criança, como perguntas sobre sexo, na medida em que elas surgirem e de forma bem simples. Ajude seu filho a descobrir o mundo.

•  Mostre com ações o que você espera deles, dê exemplos de como se faz.

•  Limite o espaço da bagunça, se isso for importante para você.

•  A criança deve se sentir compreendida, segura e amada; os pais não devem fazer tudo o que ela quer, mas mostrar interesse nas coisas que ela faz. A criança precisa se sentir importante – esse sentimento ela vai levar até o fim da vida.

Fontes:

  • Cuidar sem violência, todo mundo pode! Fortalecendo as bases de apoio familiares e comunitárias para crianças e adolescentes. Guia prático para famílias e comunidades. Instituto Promundo e CIESPI. Rio de Janeiro, 2003.
  • Williams, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque. Uma vida livre da violência. Universidade de São Carlos/Departamento de Psicologia: São Paulo, 2008.
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