Finalistas recebem prêmio do Concurso Cultural Não Bata, Eduque 2018

A violência contra crianças e adolescentes é um assunto complexo, atravessado por várias questões. Machismo, racismo, homofobia, bullying, preconceito e intolerância são algumas das palavras que compõem o balaio.

O evento “Na palma da sua mão tem carinho e atenção?” foi um encontro de pessoas afins em busca de soluções para a teia de conflitos, na esperança de que essa parcela da população tenha plena garantia de seus direitos, principalmente dos direitos à participação social e à integridade física e psicológica no processo educativo.

Mas os temas, embora muito sérios, podem ser discutidos de forma leve e divertida, tal como os anfitriões, os jovens mobilizadores da Rede Não Bata, Eduque, os convidados e os finalistas do Concurso Cultural Não Bata, Eduque 2018 o fizeram.

Dança, teatro, poesia, desenhos, conversa e brincadeiras se entrelaçaram numa tarde marcada pela resistência da juventude que levanta mãos e vozes por mais respeito, afeto e empatia.

 

 

 

 

 

Sexualidade e violência psicológica

Exemplo clássico da juventude engajada, o Coletivo Cultura Zona Oeste ganhou menção honrosa com uma cena, infelizmente, ainda comum nos lares brasileiros. “Conversamos com nossos alunos e um dos relatos foi sobre a descoberta da sexualidade e a forma agressiva com que os pais encaravam a questão”, contou Kawan Lopes (na foto, junto com Esther Dias e Maria Cristina Salomão), fundador do coletivo que atuou no vídeo. O grupo optou por focar na violência verbal, que pode machucar mais do que a física. Assista:

Militância por uma educação sem violência

De Codó, cidade no Maranhão, Kesia Silva opina sobre a educação sem violência a partir da experiência de mediar rodas de diálogo abordando o tema e recebe menção honrosa. A moça participou da replicação da metodologia da Rede Não Bata, Eduque numa ida do projeto “De Jovem pra Jovem” ao município em junho. “Tivemos choro em nossas rodas, até pessoas que se prestaram a falar sobre seus traumas, mas o que é mais legal é ver que depois de uma roda deixamos uma sementinha nas pessoas”, lembrou. Veja o vídeo:

Adolescentes em ação

Um grupo de meninos e meninas de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, passaram o dia debatendo o uso da violência para educar nas atividades que frequentam no Programa de Ação Socioeducativa na Comunidade (Pasec). Fizeram desenhos, relatos e gravaram tudo. “Nós vimos que aqui no Brasil e em outros países estava havendo mortes de crianças, filhos sendo agredidos. Daí, a gente se empenhou nesse trabalho, porque a gente achou muito importante esse assunto”, disse Andriele Fernandes (na foto, junto com Lucimar Correa), uma das representantes do grupo “Adolescentes em Ação – Crianças, mãos e mentes em ação”, que conquistou o terceiro lugar. Confira o vídeo deles:

Crianças no comando

Um tapa cenográfico chamou a atenção dos adolescentes da Rede Não Bata, Eduque que compuseram a Comissão Julgadora. “Será que foi de verdade?!”, se perguntaram. Pensado e produzido pelos próprios integrantes da Associação Grupo Esperança, formado por crianças e adolescentes, o vídeo retrata uma situação de violência doméstica e ficou tão parecido com a vida real que deixou a dúvida.

“Eles têm oficina de audiovisual na Associação e estavam no processo de entender o que está por trás de um vídeo. Um grupo se interessou pelo concurso e se reuniu para participar”, contou o educador Rodrigo Condesso.

“Foram eles que criaram tudo, figurino, enredo, falas, personagens”, completou Giovanna Rodrigues (na foto com Dra. Rachel Niskier), uma das integrantes do grupo de Poá, em São Paulo, que veio para o Rio de Janeiro receber o prêmio de segundo lugar pelos colegas. Assista a produção das crianças:

Saber Educar em primeiro lugar

Um desenho feito de forma acelerada em dois minutos pode dizer muita coisa. Assim é a animação do grupo “Saber Educar”, composto por Kimberly, Izaías, Iago, Igor e Ketully, de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Os vencedores do Concurso Cultural Não Bata, Eduque 2018 lançaram o olhar sobre a educação pela perspectiva da construção de laços afetivos pacíficos, revelando também os efeitos de uma relação nociva e violenta.

“Na maioria das vezes na família, hoje, se perde a relação de amizade, se cria com autoritarismo e os filhos crescem com medo dos pais. A gente quis fazer algo mostrando que a casa deve ser o sinônimo de lar, acolhimento e educação para o filho”, explica Izaías Barbosa (na foto com Dra. Eufrásia Maria), representante do grupo na premiação.

O jovem complementa que o grupo foi criado não apenas para o concurso, mas para ampliar a discussão na cidade por meio de ações de conscientização. “Eu e Kimberly somos universitários, apresentamos o vídeo na faculdade e pretendemos continuar a divulgação”, finalizou. Assista:

*Para preservar a imagem de Elias Silvestre, ganhador de uma menção honrosa, não divulgaremos o conteúdo do vídeo concorrente.

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