Pelos 25 anos de mobilização do 18 de maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, a Rede Não Bata, Eduque decidiu abordar o assunto na campanha 26 de Junho – Dia Nacional pela Educação sem Violência de 2025, com o tema “O que digo importa – prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes.” A data marcará os 11 anos da Lei 13.010/2014, a Lei Menino Bernardo.
O objetivo é somar esforços ao enfrentamento deste tipo de violência, enfatizando como os processos educativos não violentos, respeitosos e dialógicos colaboram para a proteção, sendo ferramentas de construção de confiança e afeto entre crianças, adolescentes e adultos.
Números crescentes
Os dados recentes em relação às violências física, psicológica e sexual, além da negligência/abandono contra essa faixa etária continuam alarmantes. Os números do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, reunidos no Atlas da Violência 2025, mostram um crescimento de 36,2% das notificações destas quatro formas de violência entre 2022 e 2023, com um recorde de 115,3 mil atendimentos de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no último ano analisado. A violência sexual representa 45,7% das violências sofridas por meninas de 10 e 14 anos. Mais de 41% dos casos de violência sexual contra meninos ocorre na faixa etária de 5 a 9 anos, de acordo com o Sinan.
Esse tipo de violência ainda é praticado majoritariamente por alguém próximo em ambientes conhecidos, que deveriam ser seguros. No entanto, a exposição de crianças e adolescentes em espaços virtuais acende o alerta para a ocorrência – também crescente – do abuso e exploração sexual na internet, onde os agressores se utilizam de artifícios próprios para atrair as vítimas. A violência, seja presencialmente ou virtualmente, traz impactos ao desenvolvimento e pode acarretar graves prejuízos à saúde física e mental dessas crianças e adolescentes.
“É um convite para observar como temos escutado crianças e adolescentes dentro de casa e em nossos espaços de atuação profissional. Uma campanha que fala da importância de estar atento aos sinais de violência, ouvir e considerar o que dizem crianças e adolescentes, é também a palavra que previne, a formação e o diálogo”, destaca Soraia Melo, coordenadora da Rede Não Bata, Eduque.
Dessa forma, a campanha 26 de Junho – Dia Nacional pela Educação sem Violência de 2025 convida pessoas e instituições a realizar atividades que abordem a temática em seus espaços de trabalho e de convivência, com o objetivo de multiplicar as informações e formas de prevenção.
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Agenda
A agenda da campanha 26 de Junho – Dia Nacional pela Educação sem Violência é uma construção coletiva junto com pessoas e organizações de todo o país. A Rede Não Bata, Eduque incentiva a realização de atividades tanto online quanto presenciais durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim dos Castigos Físicos e Psicológicos contra Crianças e Adolescentes (de 26 de junho a 11 de julho).
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Sobre a campanha 26 de Junho – Dia Nacional pela Educação sem Violência
É uma mobilização anual promovida pela Rede Não Bata, Eduque, que busca conscientizar a sociedade brasileira para a prevenção de violências no processo educativo e de cuidado de crianças e adolescentes. A data marca o aniversário da Lei 13.010/2014, a Lei Menino Bernardo, que, além de proibir a prática do castigo físico e humilhante, prevê a disseminação de estratégias não violentas de educação, pautadas na escuta, na participação e no diálogo. De 26 de Junho a 11 de Julho, ocorrem os 16 Dias de Ativismo pelo Fim dos Castigos Físicos e Psicológicos contra Crianças e Adolescentes, com uma agenda de atividades construída coletivamente com parceiras e parceiros de diversos locais do Brasil.
Sobre a Rede Não Bata, Eduque
É um movimento social nacional que atua desde 2006 pela prevenção de violências sob o pretexto de educar crianças e adolescentes. Foi responsável por encaminhar e incentivar a tramitação do projeto de lei original da Lei Menino Bernardo. A rede realiza cursos, oficinas, eventos e rodas de diálogo divulgando a educação positiva, e tem como objetivo principal mobilizar e sensibilizar a população para o tema, ainda naturalizado por grande parte da sociedade brasileira. Tem como atores centrais das atividades o grupo de adolescentes mobilizadores, que estimulam e exercem o direito de crianças e adolescentes à participação. Conta ainda com mais de 300 membros e organizações parceiras espalhadas pelo país.
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