Pesquisa da PUC-RJ destaca a violência doméstica sofrida pelas crianças e adolescentes na pandemia.

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As mudanças que aconteceram após o início da pandemia da Covid-19 não afetaram apenas adultos. Uma pesquisa realizada pelo Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (Ciespi) destaca as dificuldades vividas por crianças e adolescentes entre os anos de 2020 até o mês de maio de 2021. 

O estudo chamado “Crianças, adolescentes e os desafios da pandemia de Covid-19” foi realizado em convênio com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e orientado por Irene Rizzini, Caroline de Souza Araujo e Renata Mena Brasil do Couto. A proposta do material é relatar as dificuldades das vivências infantojuvenis, trazendo dados de outros órgãos de pesquisa, notícias e publicação de estudos. A violência doméstica é um dos assuntos em destaque na pesquisa. 

A qualidade de vida atual de muitas crianças e adolescentes foi alterada, e as realidades mencionadas apontam uma dificuldade iminente: o aumento da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Um dos dados marcantes presentes no texto é em relação às denúncias de violência doméstica no Brasil, pois o artigo denota que “no balanço final de 2020, o Brasil atingiu o maior número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes desde 2013”. 

Até o registro da presente pesquisa, o número era de 95.247 denúncias realizadas por meio do Disque 100, programa do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Outra pauta importante levantada pelo documento é a redução das notificações de violência doméstica contra crianças e adolescentes, pois o distanciamento social pode impedir a percepção dos órgãos de competência em relação às vítimas. A escola, que é um ambiente propício para o diálogo entre crianças e adolescentes  com profissionais da educação, também permaneceu fechada em diversos períodos, impedindo que possíveis denúncias acontecessem.

O documento relata, com a ajuda de outros estudos, que o número de casos de violência doméstica infantil pode ser maior do que os altos números que foram levantados: “A suspeita de subnotificações são válidas pois o mesmo ocorreu no surto de Ebola na África (…) estudos de epidemias e crises anteriores revelam o aumento de subnotificação, atraso nas denúncias e prejuízo no atendimento prestado às vítimas”. 

Estratégias de comunicação com as famílias e a junção de políticas públicas são medidas indicadas para amenizar as problemáticas trazidas pela pandemia. Além desses dados importantes, o texto transcende pela realidade econômica das famílias, avaliando a fome e a pobreza, e a exclusão digital vivida por muitas crianças e jovens. 

 

Acesse a pesquisa na íntegra

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