Estima-se que crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram mortos de forma violenta no Brasil entre 2016 e 2020 (Unicef). Uma em cada 10 crianças com deficiência já sofreu violência sexual (The Lancet Child & Adolescent Health) e 81% de crianças que são vítimas de morte letal são negros. O combate à violência contra crianças e adolescentes no Brasil ocorre através de diversas iniciativas. Elas atuam diariamente com ações concretas que podem distanciar este público dos espaços de risco. No entanto, há práticas novas que não foram descobertas, sequer são pautadas no debate público e carecem de visibilidade. Por isso, a Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, da qual a Rede Não Bata, Eduque faz parte, em parceria com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal lançou a publicação Práticas Inovadoras em Prevenção e Enfrentamento às Violências Contra Crianças e Adolescentes no Brasil. Nesse estudo, estão reunidas 10 experiências novas, que foram analisadas e documentadas para o conhecimento do público em geral.
Entre as iniciativas, está a “Meninadança”, de Minas Gerais, que incentiva a prática de artes por meninas que estão em espaços de vulnerabilidade, risco alto de violência física ou que passaram pela realidade da exploração sexual. O programa atende crianças, adolescentes e jovens, com faixa etária entre 10 e 18 anos. Apenas nesse projeto foram apontadas práticas diretas de enfrentamento e prevenção. A “Luta pela Paz”, projeto que atua no Rio de Janeiro, direciona-se a outra temática, mas está igualmente trabalhando nas realidades de conflitos. A prática de artes marciais incentivada pelo projeto “Sociabiliza crianças e adolescentes” traz capacitação profissional e dá abertura para o acompanhamento mais próximo daqueles que passaram por situações de violência. No total, apenas essa iniciativa já impactou quase 20.000 pessoas. Essas e outras histórias podem ser conhecidas através do e-book.
Considerando os dados apresentados, o documento também incentiva a prática criativa no enfrentamento das violências em diferentes lugares: em casa, no trabalho, nos espaços públicos e nas tomadas de decisão. O documento também ratifica a necessidade de levar essa problemática aos candidatos de cargos eleitorais, para a realização de políticas públicas.
Coalizão Brasileira
A Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes é uma junção de organizações da sociedade civil que atua desde 2017. Dedica-se ao enfrentamento e à prevenção de violências contra crianças e adolescentes no Brasil. Foi responsável pela adesão do governo brasileiro à Parceria Global pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes (Global Partnership to End Violence Against Children), com o apoio das Nações Unidas, em 2015.
Para ter acesso ao e-book e saber mais, clique no link abaixo: