RNBE na Campanha da Fraternidade 2018: centenas de pessoas contra a violência na educação

Desde janeiro realizando ações conjuntas na Campanha da Fraternidade 2018, a Rede Não Bata, Eduque (RNBE) já sensibilizou centenas de pessoas moradoras da Zona Oeste do Rio de Janeiro para uma educação sem o uso de castigos físicos e de tratamento degradante.

Missão e lideranças

Além de explorado durante missas em 39 paróquias, o assunto foi trabalhado na base com lideranças católicas e catequistas por meio de encontros de formação. Falar para figuras referenciais na religião é uma estratégia que ajuda a mudar o quadro de violação em sua estrutura, segundo a articuladora da RNBE, Ana Paula Rodrigues. “As lideranças, sejam os leigos ou padres e bispos, são fundamentais para a construção de uma sociedade em que a cultura de paz supere o ódio. Eles podem disseminar novas alternativas não só para educar as crianças e adolescentes, mas também nas relações entre as pessoas, sem qualquer tipo de violência”, ressaltou.

Mas não para por aí. A reflexão não ficou restrita aos muros das igrejas e entrou literalmente na casa das pessoas. Em missão inédita, grupos da Igreja Nossa Senhora das Graças, de Campo Grande, percorreram o bairro por 24 horas informando sobre os benefícios de uma educação livre de violência. A ação foi pensada a partir de um apelo do Papa Francisco feito no Dia Mundial da Paz (1° de janeiro), o qual dizia que “as políticas de não-violência devem começar dentro das paredes de casa para, depois, se difundir por toda a família humana”.

Dividindo histórias

Nesse clima de mobilização, o público católico tem se familiarizado com o assunto e, aos poucos, se sentido à vontade para contar experiências pessoais. Na roda de diálogo aplicada no último dia 20 na Igreja Santa Clara, em Campo Grande, a reflexão despertada nos participantes impressionou Rosaria Silva, 12 anos, estreante como mediadora das rodas.

“Eram muito participativos e interagiam bem com a gente. Teve uma moça que se arrependia de ter batido na filha. Não achava que bater era violência, mas o entendimento agora é outro”, destacou.

A Campanha da Fraternidade 2018 “Fraternidade e Superação da Violência” vai abordar durante todo o ano temas como “drogas”; “processo de criminalização institucional (negligência do Estado em relação às políticas sociais e justiça punitiva)”; “sujeitos violentados – juventude pobre e negra”; “povos indígenas”; “mulheres (feminicídio)”; “exploração sexual e tráfico humano”; “mundo do trabalho”; “violência no contexto urbano e rural (conflito pela terra)”; “intolerância (raça, gênero e religião)”; “violência verbal”; “violência no trânsito” e “violência doméstica”.

*Fotos: Ana Paula Rodrigues e Vitória Luiza

Leia também: Tema ‘Não Bata, Eduque’ entra nas atividades da Campanha da Fraternidade 2018 no Rio

 

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